Monday, September 15, 2008

Qual a direcção a seguir?

Nos próximos dias vou publicar algumas opiniões minhas acerca das áreas que penso necessitarem de intervenção mais urgente nos próximos orçamentos de estado. O meu objectivo é apontar a discussão para as áreas que considero ser de desenvolvimento prioritário e que, na minha opinião, estejam a ser descuradas.

 

Hoje: Transportes, comunicações e ordenamento territorial. Amanhã: Pescas.

Tem-se apostado muito na construção de rodovias com elevada capacidade de escoamento de tráfego, descurando alternativas. Os transportes alternativos são a meu ver praticamente inexistentes, senão vejamos:

 1)  Comboio: A aposta na renovação da linha do norte ficou por concretizar. Durante cerca de 40% do percurso, a velocidade máxima que esta linha permite cifra-se entre os 60 e os 90 km/h. A electrificação das restantes linhas que unem as principais cidades está por concluir. Muitas destes percursos são feitos ainda em linha única, circulando apenas um comboio em cada sentido, alternadamente. Não existem ligações ferroviárias dignas entre o litoral e o interior, por exemplo entre os portos de mar de Viana, Porto, Aveiro e Figueira da Foz e a fronteira de Espanha;

2)  Transportes citadinos e Gestão urbanística: por força da granularidade da divisão territorial (quem não acha que existem câmaras municipais a mais – pelo menos no norte, é uma a cada centena de metros!) não existe uma gestão integrada da rede de transportes públicos, não são desenvolvidos planos de desenvolvimento territoriais integrados (porque é que cada vila tem de ter a sua zona industrial?).

3) Avião: O monopólio TAP / ANA permite que os preços cobrados nas viagens no eixo Porto –Lisboa – Faro sejam proibitivos para a maioria dos potenciais utilizadores deste transporte. A maioria dos outros pólos populacionais não tem ligações aéreas entre si, embora muito disponham de infraestruturas aeroportuárias.

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