Continuo a acreditar no racional de suporte ao post que apresentei no dia 6 de Outubro. Acho contudo que ele deve ser aplicado de uma forma mais abrangente do que a que inicialmente previ. Poderá inclusivamente significar uma mudança de paradigma para a sociedade actual.
As instituições financeiras, muito suportadas pelas políticas estatais, têm fomentado o acesso ao crédito como potenciador de um bem estar, como a panaceia do acesso a uma qualidade de vida de nível europeu, num país em clara desigualdade em termos de produção de riqueza. O endividamento de Portugal e das instituições financeiras nacionais não permite uma verdadeira avaliação, por parte das famílias, das reais dificuldades que atravessamos.
Não pode o crédito continuar a ser a solução para nos equipararmos aos outros membros da UE.
Então, perguntam-me como poderá o país avançar? Como poderão as famílias e o estado contribuir para uma redução da dívida externa?
Através do fomento da poupança. Apesar das ferramentas para alavancagem da poupança serem diversas, deixo aqui duas ideias:
· A (re)criação de benefícios fiscais para a constituição de poupanças criadas com o objectivo de amortizar as dívidas de crédito à habitação (os conhecidos PPH);
· Desenvolvimento da possibilidade de alocar parte da colecta dos impostos pagos pelas famílias à amortização deste tipo de dívidas ou a este tipo de instrumentos de poupança.
Qualquer solução ou ferramenta desta natureza irá permitir um aumento da liquidez no sistema financeiro, uma redução no risco nas operações de crédito à habitação que decorrem nas IF’s, o reforço da poupança na óptica da valorização do património das famílias.
A par do saneamento da dívida externa, o aumento do investimento por entidades privadas compensaria em termos macro-económicos a diminuição do consumo.
Parece-vos consistente esta tese?
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