Defendia noutro dia um artigo muito bem que o problema do défice não é a causa da desorientação económica nacional, mas antes a falta de um claro caminho para o futuro.
Já o guru da gestão Michael Porter o escreveu na sua apreciação da estratégia para a economia Portuguesa no seu famoso relatório, cujas principais permissas eram uma concentração naquilo que o país tem de mais ‘vendível’, passo a expressão, para o exterior – O turismo, a cortiça, o vinho, a venda de pedra de qualidade (ex: mármores) e o conhecimento de como operar na UE sendo uma pequena nação periférica.
Doutro grande economista e visionário, Adam Smith, nasce também a teoria de que as nações (ou empresas conforme o caso) não podem ser boas em tudo. Isso vê-se na China, na India, na Tailândia, que apesar de terem à partida capacidades iguais às de Portugal (com os devidos ajustamentos), tem-se concentrado em areas onde podem ser mais competitivas do que outras nações. Industria textil, serviços deslocalizáveis (tipo call-centers) e serviços específicos (turismo), respectivamente.
Então perguntamos todos nós o que falta a Portugal? Capacidade de escolher. Estamos a querer ser bons em tudo. O pelo menos a ter internamente um pouco de tudo, quiçá réstias do sistema políticó-económico Salazarista do “orgulhosamente sós."
Cada vez mais só as empresas e os profissionais qualificados vâo ser os de sucesso. O igual vai-se passar com as nações.
De notar que a especialização, não só é um factor de impedimento à entrada de novos competidores no mercado, como é também por sí so um factor de atracção e retenção de investimento. Se Portugal fôr verdadeiramente bom naquilo que faz (produtos ou serviços que ‘exporta’), menos competidores vão querer encarar-nos com as mesmas armas, e por consequência, maior rendibilidade terão os nossos investimentos. Estão a ver o cíclo virtuoso?
Temos os recursos, temos a estratégia, porque não a aplicamos?
Naturalmente que algunas das nossas indústrias, por força da falta de visão dos nossos empresários no passado, é inegável, terão forçosamente de acabar. Assumamo-lo. Porque a nossa especialização e dedicação às actividades em que podemos realmente fazer a diferença, mais do que compensará.
É essencial fazer-se esta mudança o mais cedo possível, sob pena de outras nações nos passarem à frente. O desemprego será natural numas àreas, mas compensado por um acréscimo de emprego noutras – poder-se-á criar uma sistema nacional de educação e ensino virado para estes objectivos, para que a aposta em formação e no futuro do país, começe desde a mais tenra idade. Exagerando para chegar onde pretendo - De que interessa ter uma força laboral preparada para formar metalúrgicos, qunando essa indústria está condenada no nosso país? Se Há outra nação com melhores condições para reter esse tipo de indústria.
No extremo, os fluxos criados pelo nosso país serão mais do que suficientes não só para ‘pagar’ as importações de serviços em que não somos especialistas, mas também para criar o crescimento económico sustentado que ha tanto tempo a nossa nação procura.
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